ADEMAR COSTA: CONSCIÊNCIA NEGRA: RESPEITO NÃO TEM COR, TEM CONSCIÊNCIA.

NO MÊS DE NOVEMBRO, FOI TRABALHADO O TEMA SOBRE A CONSCIÊNCIA NEGRA NA ESCOLA MUNICIPAL JARDIM DAS GRAÇAS

Durante o mês de novembro foram realizados trabalhos sobre a Consciência Negra no Brasil e na Sociedade na Escola Municipal Jardim das Graças, mais especificamente na turma de 4º ano A (manhã), da professora regente: Andressa de Mattos Viana Costa, abrangendo as disciplinas de Língua Portuguesa, História e Geografia e com a professora Maridelza Cavalli , nas disciplinas em que atua: Arte e Ensino Religioso.

No dia 20 de Novembro, data comemorativa da Consciência Negra no Brasil, a turma contou com a presença da palestrante DEBORAH CAROLINE PEREIRA, na qual a mesma, falou para os alunos sobre a importância do povo negro e da sua cultura na sociedade brasileira .

Durante a manhã deste dia, foram elaborados diversos trabalhos e atividades, pelos alunos em comemoração a data: Cartazes, dança, palestra, vídeo e oficina de tranças afro, oferecido pela palestrante Deborah C. Pereira.

Parabéns professoras Andressa e Maridelza pelo importante trabalho de conscientização que realizaram.

Segue abaixo na íntegra, a entrevista com a Palestrante Deborah Caroline Pereira:

Blog: Neste dia da Consciência Negra, o que podemos comemorar?

Deborah :Infelizmente não podemos comemorar...

Este dia marca o dia em que Zumbi dos Palmares foi assassinado e seu corpo foi exposto para que servisse de exemplo aos negros que lutavam contra a escravidão. O Mapa da violência traz os dados onde mostra que nossa população negra é assassinada em massa em virtudes de atitudes racistas!

As conquistas do povo negro chega a passos lentos e ínfimos ainda, mas seguimos lutando o legado de Zumbi que tem que ser eternizado!

Blog: Como você avalia as conquistas do movimento negro, mais especificamente do movimento de mulheres negras nos últimos anos no Brasil?

Deborah: As conquistas do Movimento Negro, hoje são frutos das sementes plantadas por pessoas como Zumbi dos Palmares, Abdias Nascimento,Milton Santos, Lélia Gonzales, e muitos outros que nem caberia em único texto. Dentro dessas conquistas a mulher negra por se encontrar na base da pirâmide social é o elo que mais sofre: por ser mulher enfrenta o machismo e por ser negra enfrenta o racismo! Temos mulheres negras pioneiras em todas as áreas e não conhecemos suas histórias por conta da invisibilidade de seus grandes feitos, onde o Racismo estrutural esconde e suprime seus legados. Avançamos MUITO pouco... estamos agora fazendo recortes e percebendo que tem muito a se fazer... mas o lema é não parar...

Blog: Como você avalia as políticas públicas do Governo Brasileiro voltadas ao enfrentamento político racismo?

Debora: Eu vejo em alguns governos, a gente consegue um pouco mais de espaço para discutir e exigir as medidas que precisam serem tomadas, mas tudo parte das demandas dos movimento negro, ou seja, não é o governo brasileiro que se preocupa com a questão racial e com a população negra e sim o movimento que leva suas reivindicações a níveis do parlamento.

E nossa falta de representatividade de negros na política dificulta muito esse trabalho. Vejo que as políticas que existem são colheitas das sementes que pessoas como o Movimento Negro Unificado, Abdias do Nascimento e outros que já estão há muito tempo batalhando Plantaram.

Não vejo essas políticas como algo que nos foi dado, e sim algo que foi conquistado através de muita luta, de uma luta cansativa. E em alguns Governos vemos essa luta retroceder. Os negros em movimento levam pautas e exigem tomadas de providências para políticas de ação afirmativa. Mas encontramos um retrocesso gigantesco quando não temos sequer a possibilidade de nos reunirmos com as secretarias para fazer essa discussão. Nesse momento estamos vivendo um corte enorme de políticas de enfrentamento ao racismo. As iniciativas estão partindo, pelo que percebi, em maior quantidade da população civil, dos movimentos singulares, das militâncias, percebi que este ano teve um crescimento grande desses movimento e acho que isso é reflexo dos cortes, da invisibilidade e da exclusão que nosso povo tem.

Blog: Qual é a sua mensagem pelo mês da Consciência Negra?

Debora: Estamos nos mobilizando cada vez mais e a consciência tem se tornado cada vez mais coletiva. Essa é a época que a ignorância tem seus dias contados. Nós saímos da inércia e ainda que a passos pequenos vejo mais e mais pessoas se engajando nessa luta. A mensagem é: lutar sempre, desistir nunca!

Fotos do dia da Consciência Negra na E. M. JARDIM DAS GRAÇAS